O sistema de doação, distribuição e transplantes de órgãos do Brasil é gerenciado pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT), órgão subordinado ao Ministério da Saúde responsável pela coordenação da atuação de 27 Centrais Estaduais de Transplantes (CETs), distribuídas nas respectivas Unidades Federativas (UF) do país. As CETs coordenam as atividades de doação e transplantes de órgãos realizadas por 58 Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) e 548 Coordenações Hospitalares de Transplantes (CHTs) distribuídos nos diferentes estados. A distribuição dos órgãos ofertados é coordenada nos níveis estadual, regional e nacional, sendo intermediada pela Central Nacional de Transplantes (CNT) sempre que a distribuição dos órgãos pressupõe o cruzamento das fronteiras dos estados.
O marco legal definido por esse conjunto de instrumentos jurídicos define que a doação de órgãos no Brasil é altruística, exige consentimento familiar esclarecido e que os órgãos devem ser distribuídos em uma sucessão de 3 níveis (estadual, regional e nacional), respeitando uma lista única de receptores.
No Brasil, a taxa de efetivação de doações multiorgânicas é de apenas 32%, para uma taxa desejável de pelo menos 50%. Sete das 27 UF apresentam taxas superiores à média nacional e apenas duas alcançam 50% ou mais.
Dentre as principais causas de não efetivação da doação de órgãos, estão:
- Não realização do diagnóstico e subnotificação da ME;
- Não autorização familiar;
- Perdas de doadores e de órgãos por falhas de manutenção e;
- Contraindicações mal atribuídas pelo intensivista.
No estado do Paraná no ano de 2020 foram notificadas, 1162 possíveis transplantes, dos quais foram realizadas 475 operações de forma efetiva. Apenas na cidade de Maringá foram feitas 231 notificações, com 105 transplantes.
Em 2021 já são 429 notificações e 131 transplantes no estado do Paraná. Em Maringá, até o momento, foram 128 notificações e 47 operações bem sucedidas.
E O HOSPITAL MEMORIAL ESTÁ FAZENDO SUA PARTE?
O Hospital Memorial Uningá – HMU conta com uma Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). A comissão é composta atualmente por médicos e enfermeiros, os membros dão todo suporte para equipe em todas as etapas do protocolo de doação. O trabalho envolve desde uma cuidadosa abordagem com familiares, quando se coloca em pauta a possibilidade da doação, até a captação e o encaminhamento dos órgãos aos serviços responsáveis.
A doação de órgãos de pessoas falecidas acontece somente após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica. Um único doador pode tirar até oito pessoas da fila de espera.
Neste ano o HMU realizou a primeira doação de múltiplos órgãos. Um marco extremamente importante. O paciente estava em internamento na UTI, sendo diagnosticado com morte encefálica. Após todo o processo do protocolo, (confirmação do diagnóstico) a equipe trabalhou com a possibilidade da doação de órgãos por meio da entrevista e de um atendimento humanizado à família, obtendo uma resposta positiva para a doação. Um momento nobre onde o paciente conseguiu doar os rins.
O procedimento só foi possível pela forma que nossa instituição está organizada. Esta comissão tem por objetivos organizar da melhor forma e otimizar os procedimentos para o transplante eficiente de órgãos, manutenção do potencial doador e acolhimento familiar.