Em setembro foi realizada a cerimônia de entrega da reforma e ampliação da Ala Psiquiátrica do Hospital Municipal. O apoio da UNINGÁ foi fundamental nesta etapa, principalmente pelo projeto principal ter sido executado pelo Laboratório de Práticas do curso de Arquitetura e Urbanismo da Instituição.
O convite surgiu por meio da direção administrativa e possibilitou aos responsáveis, compostos por um grupo de três professores e oito alunos do 5° ano, uma experiência rica e notória “O projeto foi pensado a partir da vontade de humanizar o ambiente hospitalar psiquiátrico. Antes tínhamos um espaço consideravelmente opressor: sem cores, sem áreas de socialização, fechado e escuro. Pensamos fundamentalmente em mudar isso, em trazer mais alegria e humanidade para as pessoas em tratamento. Sendo assim, redistribuímos as salas de forma a ganhar aparelho de televisão e possibilitar interação tanto no setor masculino como no feminino. Para trazer alegria ao espaço, e de forma a não impactar muito no orçamento, pensamos em trabalhar individualizando os quartos com cores alegres, que estão tanto na porta quanto no barrado interno. Também propomos melhorias quanto a acessibilidade, que não havia até então”, relatou o professor Marcelo Colucci.
Para aprofundamento no projeto foram realizadas pesquisas básicas com o intuito de entender o ambiente e suas restrições, que envolveu investigação desde o abandono dos espaços tradicionais de manicômios até os melhores exemplos de hospitais psiquiátricos do mundo “me sinto privilegiada e honrada em fazer parte de um projeto tão importante, não só para a arquitetura, mas também para bem-estar e aconchego dos pacientes, aliás, é a “casa” deles, mesmo que por um pequeno período. Foi sem dúvidas um experiência única que me gerou uma bagagem enorme de conhecimentos, além de ter sido um desafio, pois um projeto para uma ala psiquiátrica contém muitas restrições, como de objetos, mobílias, decorações etc, então além da estética, priorizamos principalmente a funcionalidade, para que assim possam se sentir mais acalentados nesse período de tratamento”, recordou a acadêmica – Isadora C. Coleta.
“O resultado foi satisfatório para todos os envolvidos. Principalmente para aqueles que viram como o espaço era originalmente. A mudança foi enorme! Saber que isso influenciará positivamente na vida dos pacientes e dos trabalhadores é uma sensação gratificante”, refletiu a professora Gabriela Navarro.
A Ala Psiquiátrica passou por revitalização, pintura, reforma dos refeitórios, quartos e aquisição de quatro novos leitos – totalizando trinta. Todas as atividade do escritório modelo, e notadamente desse projeto do hospital, contribuem muito na formação do pessoal e profissional do discente. Primeiro porque, falando especificamente do hospital psiquiátrico, eles são forçados a entrar em contato com realidades diferentes das que possuem individualmente em suas vidas cotidianas. Isso é fundamental para uma formação mais humanista e generosa de um cidadão. Sendo uma oportunidade rara de potencializar a formação de um cidadão mais humano e consciente. Consequentemente resvala na formação profissional, pois todo bom arquiteto deve ter consciência crítica e generosa sobre a realidade em que atua. Além disso, há outros ganhos, como por exemplo o de poder fazer parte de um processo de projeto participativo, podendo e devendo se posicionar e opinar sobre as soluções aventadas.